Nota de repúdio dos empregados da Hemobrás

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 1. O corpo funcional da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia, Hemobrás, admitido mediante concurso público, vem, diante da sociedade brasileira, declarar seu imenso repúdio à notícia veiculada nesta quarta-feira (03 de agosto) de que o Presidente afastado da Hemobrás, Rômulo Maciel Filho, assumirá novamente o cargo do qual foi afastado por ordem judicial desde dia 09 de dezembro de 2015, quando foi deflagrada a Operação Pulso pela Polícia Federal que investiga a atuação de uma organização criminosa dentro da Hemobrás, bem como peculato, corrupção passiva e ativa, fraude à lei de licitações, evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

2. A referida operação investiga possíveis irregularidades e desvio de recursos públicos em contratos firmados pela Estatal durante a gestão de Rômulo Maciel Filho e Mozart Salles. Adicionalmente a isto, o Ministério Público Fe
deral, em julho de 2016, denunciou Rômulo Maciel Filho à Justiça Federal por haver indícios de envolvimento em desvio de recursos no contrato firmado com o consórcio BOMI-LUFT- ATLANTIS. Além deste fato, as investigações seguem em vários outros contratos firmados pela Hemobrás durante a gestão de Rômulo Maciel Filho.


 3. Além dos fatos em investigação na Operação Pulso da Polícia Federal, o corpo funcional entende que a gestão anterior, encabeçada pelo Presidente afastado Rômulo Maciel Filho, afundou a Hemobrás trazendo a esta Estatal de nobre missão no Sistema Único de Saúde uma dívida milionária com uma grande indústria farmacêutica e enorme atraso na construção da fábrica de hemoderivados no Polo Farmacoquímico na Zona da Mata Norte de Pernambuco, conforme constatado e apontado
pelos órgãos de controle. O corpo funcional da Hemobrás avalia que o desempenho da gestão de Rômulo Maciel Filho representa uma ofensa ao bom uso de recursos públicos, recursos estes do povo brasileiro, e à missão da Hemobrás em relação aos pacientes e ao Sistema Único de Saúde.


4. Desde a Operação Pulso, o corpo funcional da Hemobrás vem trabalhando para reerguer esta Estatal após anos de má gestão e se empenhando arduamente para fazer a construção da fábrica evoluir, bem como garantir o acesso dos pacientes aos
medicamentos fornecidos pela Hemobrás. O retorno de Rômulo Maciel Filho e da gestão passada representará um imenso retrocesso em todas as ações encaminhadas para restituir a Hemobrás a sua nobre posição no SUS. Tememos profundamente pelo adequado andamento desta Estatal e pela assistência aos pacientes se este fato veiculado pelo advogado de Rômulo Maciel Filho se concretizar.


 5. Diante disto, o corpo funcional da Hemobrás, pelo bem da Administração Pública, declara não aceitar o retorno de Rômulo Maciel Filho à direção desta Estatal até que toda a
investigação da Polícia Federal seja concluída e o Judiciário se manifeste sobre as denúncias oferecidas e os eventuais réus sejam julgados.


6. A Hemobrás é uma empresa crucial para o desenvolvimento completo da Política Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderivados. O Brasil não pode submeter a gestão da Hemobrás a tamanho retrocesso com o retorno da gestão passada até que tudo esteja claro e todos aqueles que sejam considerados culpados sejam devidamente punidos de acordo com os trâmites legais.


7. Por fim, nós, empregados públicos da Hemobrás, servidores da nação brasileira, apelamos ao Judiciário, ao Conselho de Administração da Hemobrás, ao Ministério da Saúde, à Presidência da República e aos cidadãos brasileiros que não permitam tamanho absurdo e atentado contra esta empresa pública que existe para oferecer qualidade de vida aos que necessitam dos seus medicamentos.


Não permitam o retrocesso do retorno da antiga gestão à Hemobrás!


Empregados da Hemobrás em 03 de agosto de 2016.