HISTÓRIAS DE SANGUE

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Veja a História do Filho da Daiane Com A Hemofilia

O filho da Daiane tem  5 anos, vai fazer 6 em fevereiro, a história dela é surpreendente como a de muitos guerreiros de sangue, filhos de mães de sangue.

Ela conta que durante minha gravidez sempre pediu a Deus para que seu filho viesse com saúde. A princípio não diagnosticada a hemofilia, Até os 2 meses tudo normal, ele foi vacinado com as vacinas de rotina que toda criança toma, mas após receber as vacinas começou  chorar, o que não era comum, segundo a mãe ele era uma criança calma e que quase não chorava. Apesar das tentativas do pai embalar e da mãe dar de mamar ele continuava a chorar. Alguns dias depois a perna dele estava esverdeada, logo passando a roxo depois. O médico teria dito que era efeito da vacina.

Mandou que colocassem compressas quentes e voltassem na semana seguinte. Mas a situação piorou. E levaram logo ao médico, que disse que teria de internar. No hospital o médico disse que teria de colocar um dreno pra tirar o pus, pois pensava se tratar de uma infecção, mas quando começou o procedimento, nada de sair pus, mas sangue coagulado.

 Alguns dias depois o pai procurou um médico influente do hospital, para questionar sobre o caso do filho. Alguns dias depois, um novo médico apareceu no hospital e procurou a Daiana e o marido para falar do caso do filho, fazendo perguntas, que a principio pareciam estranhas para a mãe, sobre como tinha sido o parto da criança, como fora à casaria, se ela tinha um fluxo menstrual normal, se ela ou a mãe (avó da criança) tiveram história de alguma hemorragia, se demorou a cair o umbigo da criança entre outras perguntas. E pouco depois falou da possibilidade de o filho deles ter hemofilia. Mas nada confirmado... começava ali a história dela com a hemofilia, que seria longa e complicada ainda, dias difíceis pro  seu pequeno filho, cuja vida estava somente começando.... Daí, anos mais tarde, a idéia da tatuagem para homenagear aquele pequeno guerreiro

Esse médico disse que teria que ser colocado outro dreno, porém um pouco mais abaixo da coxa. Daiane conta que teve de ficar 4 horas sem dar de mama pro filho, por que ele tinha de receber  a anestesia geral.
Intervalo que ela aproveitou para ir em casa e tomar um banho, sua   sogra (avó da criança) ficando no hospital.

Quando ela voltou o filho foi levado para sala cirurgia. E ao voltar  muito branco,  Pálido. Daiane  conta que chorou muito. .
Durante o período que o filho esteve internado, os padrinhos vinham sempre visitá-lo, porém, embora tivesse sido dado em batismo ao casal, ainda não tinha sido feito o batismo. Os pais da Daiane estavam fora do Brasil,  na Itália, mas sempre ligavam, e insistiam para que os pais batizassem o neto, dentro do hospital mesmo, pois poderia acontecer algo pior. Mas a mãe (Daiane) dizia que o filho ia ficar bem.

 E a gente conversava por telefone. Minha mãe me dizia que era para eu batizar ele dentro do hospital . Pois poderia acontecer algo eu dizia que não. Ele iria ficar bem

Após a colocação do dreno, o filho foi para um quarto do hospital. Como só poderia ficar uma acompanhante, a mãe ficou, a sogra e o pai foram para casa. Daiane, frisa em seu relato, que lembra bem a hora, era umas 9:00 da noite.

Ela foi  dar de mamar pensando que  talvez depois, pudesse dormir  um pouco. Mas quando pegou o filho e colocou no colo, ao colocar a mão para pegá-lo, viu sua mão toda suja de sangue. Ela conta que saiu correndo pelo corredor com ele nos braços... então as  enfermeiras o pegaram e começaram a tirar o curativo, foi quando viram que o sangue saia sem parar. Naquilo umas das enfermeiras a retirou da sala e pediu para  ela ficar calma. Ela então ligou para o esposo e os padrinhos do filho.
O marido voltou, chegou no momento que eram levadas as bolsas de sangue para serem aplicadas no filho. A avó não pode entrar, e ficou do lado de fora chorando.

O  medico hematologista que  princípio tinha suspeitado de hemofilia e o  cirurgião infantil, que havia colocado o dreno, foram chamados, chegando rapidamente.  Explicaram para  a família que estavam aplicando sangue, através de uma veia do pescoço, mas o sangramento era muito intenso na coxa, era como se o sangue aplicado,  saísse imediatamente...  que estavam começando a aplicar plasma, mas não estava adiantando também. E que se o sangramento não parasse teriam de fazer uma cirurgia para ver qual veia estava rompida, e que uma UTI já estaria reservada.
Caso precisar. Está foi difícil. Falou também que o pequeno corria risco de vida. O chão do corredor sumiu. sentei numas caseiras que tinha aí. Abaixei a cabeça e falei para Deus que levar leva agora ou não vai levar mais . Neste tempo o medico colocou o crio e por milagre o sangramento tava parando.
O medico pediu para alguém entrar para segurar a cabeça da criança, o para não mexer a agulha no pescoço, o que foi feito pela avó paterna. sogra foi. A avó contou que as roupas da criança estavam cheias de sangue. Depois ela me falou que as roupas dele estavam cheia de sangue. O médico teria dito para as enfermeiras jogarem fora para a mãe da criança não ver e ficar mais nervosa. O medico depois, quando tudo estava mais controlado, veio com  uma psicóloga do hospital  conversar e tentar me acalmar, dizendo para eu tentar dar de mama pro meu filho, conta à mãe (). 

Alguns dias se passaram, o acesso venoso foi trocado do pescoço para a mãozinha da criança, mas o curativo do pescoço vivia cheio de sangue. Segundo a Daiane, teve um dia que  sogra chegou a ficar 4 horas em jejum para ficar com o neto.

Daiane conta que o curativo do pescoço vivia cheio de sangue, e deveria ser trocado de hora em hora, mas as enfermeiras diziam que tinha de esperar... fato que fazia a mãe se preocupar com uma possível infecção.


Dois dias se passaram  e  hematologista voltou a  conversar com os pais,  dizendo que era para eles levarem ele em um laboratório de Florianópolis, para  fazer o exame correto . No papel do encaminhamento, pedia urgência, por se tratar de suspeita de hemofilia  O médico disse ainda que iria aplicar doses de crio e dar alta. Que assim que saísse o resultado, que levassem para o seu consultório. Daiane diz que ali, encontrou um dos melhores  hematologistas que já tinha conhecido.
Por Maximiliano Anarelli de Souza.